Fim de noite ou pelo menos no meu universo caótico de mensagens trocadas entre um gole de água e o som de notificações. Minha amiga me encaminha um vídeo com uma introdução que, confesso, parece mais uma citação de um diário que eu ainda não escrevi: “Alguns homens acham que sou apaixonada porque eu demonstro interesse, quando tenho interesse.”
E ali estava eu, entre o sono e a reflexão, me perguntando: em que momento o simples ato de demonstrar interesse virou sinônimo de estar perdidamente apaixonada? Será que, na era dos jogos emocionais, demonstrar interesse virou um crime passional?
Mas assim como diz no vídeo, ser emocionada não quer dizer apaixonar por qualquer um e sempre. E nem que me apaixono fácil.
Na verdade, talvez ser emocionada seja meu maior filtro. Porque quando me importo, eu me entrego. Mas só quando realmente importa. O problema é que vivemos numa geração que prefere mensagens visualizadas e não respondidas a conversas sinceras. Onde mostrar afeto virou quase uma exposição indecente.
Fico empolgada, mas não pelo indivíduo em si. Me apaixono pelo amor. Esse drama todo, esse espetáculo exagerado com trilha sonora própria e figurino impecável. Eu amo o amor. Eu amo amar. E os homens? Bem… eles são o elenco de apoio. Às vezes bons, às vezes dispensáveis. Quase sempre substituíveis.
Eles acham que quando sorrimos demais, mandamos um “bom dia” com pontinho de exclamação ou mostramos que ouvimos o que disseram… estamos prontas para subir no altar. Mal sabem eles que talvez eu só esteja entediada e querendo usar meu coração como laboratório de emoções.
A real é que eu não sou difícil de ler. Eu digo o que sinto, mostro quando gosto e desapareço quando perco o interesse. E ainda assim, consigo ser chamada de intensa demais, fria demais, confusa demais. Talvez o problema não seja eu, talvez o problema seja demais pra eles.
E enquanto eles seguem achando que minha empolgação significa relacionamento, cobrança e playlist conjunta no Spotify, eu sigo me apaixonando por momentos, por sensações, por ideias… Porque, sinceramente, nenhum homem é mais interessante do que o que eu invento na minha cabeça.
Então fiquei pensando…
Será que o problema é que eles confundem atenção com obsessão, e presença com possessão? Ou será que o ego deles simplesmente não suporta ser só coadjuvante da minha própria história de amor?