Foto reprodução Instagram @desgosto
Nas últimas semanas, a 58ª edição do São Paulo Fashion Week trouxe uma surpresa mágica: o universo dos personagens de fantasia desfilou sob as luzes da passarela. Não é fabuloso quando o lúdico e a moda se encontram ainda mais em solo brasileiro?
Em Paris, a Coperni decidiu que o glamour precisava de um toque de magia e levou sua coleção direto para a Disney. Sim, você leu certo. E quem melhor para estrelar o conto de fadas do que a própria Kylie Jenner? Transformada em uma princesa moderna, ela trouxe um brilho todo novo para a passarela. Mas, desta vez, não foi só Paris que teve seu momento Disney.
Para nossa surpresa encantada, o mundo mágico chegou ao Brasil. Thomaz Azulay e Patrick Doering apresentaram a nova coleção da The Paradise durante a SPFW N58, em homenagem aos 90 anos do icônico Pato Donald. O convite para essa parceria veio direto da Disney, com acesso exclusivo a esboços e artes raras que se transformaram em estampas que eram pura nostalgia.
E o que seria um desfile inspirado na Disney sem a presença de astros? O próprio Pato Donald e sua eterna amada, Margarida, marcaram presença. Mas eles não estavam sozinhos: estampas cheias de charme tropical trouxeram Cinderela, Princesa Aurora, Peter Pan, Mickey, Minnie, Pateta, Tio Patinhas e até o nosso Zé Carioca, todos reinventados com um toque brasileiríssimo. Afinal, quem disse que o sonho Disney não pode ter um sotaque?
Não foi só a Disney que brilhou nas passarelas; nosso patrimônio cultural também teve seu momento de glória. A Turma da Mônica foi homenageada não apenas no SPFW, mas também em coleções que celebraram sua influência icônica na cultura brasileira.
Rafael Caetano, em parceria com Mauricio de Sousa, apresentou a coleção “Mauricio,” um tributo à vida e ao legado do desenhista. A passarela se transformou em um mar de revistinhas, nos levando de volta àquela deliciosa nostalgia da infância. Em meio a essa viagem no tempo, surgiu uma coleção masculina cheia de detalhes que capturavam símbolos amados como as orelhas do inseparável Sansão, a assinatura inconfundível de Mauricio e o personagem Horácio, um dos favoritos de quem conhece os clássicos.
Com uma paleta sofisticada, Rafael elevou essas referências a um novo patamar, onde o infantil encontra o refinado, e a Turma da Mônica ganha status de arte. Afinal, moda e memória sempre formam uma combinação irresistível.
Ainda no SPFW, Walerio Araújo trouxe mais uma homenagem à nossa querida Turma da Mônica com sua coleção “Cabeça Feita.” Os primeiros looks eram pura nostalgia, inspirados diretamente no estilo clássico das personagens Mônica e Magali. Vestidos curtos e saias surgiram com detalhes delicados de tule, uma releitura moderna dos ícones que tanto amamos.
E é claro que Sansão, o coelho azul inseparável da Mônica, não poderia ficar de fora. Ele se transformou em uma bolsa statement, cheia de lantejoulas — um verdadeiro show de brilho e irreverência. Até suas icônicas orelhas ganharam destaque, adornando uma das produções como uma franja divertida e cheia de personalidade. E, para completar o show, tivemos visitas ilustres: Mônica e Cebolinha fizeram aparições especiais, trazendo o toque final de encanto para a passarela.
Porque, no fundo, o SPFW nos lembrou de que a moda é mais do que roupa; é um tributo à nossa própria história e à magia da cultura pop que carregamos com a gente.
E a Turma da Mônica não brilhou apenas no SPFW. A marca Desgosto, conhecida por sua atmosfera animada e lúdica, também embarcou nessa viagem à infância. Com um toque irreverente e um estilo que nos transporta direto para os tempos de TV Globinho, Desgosto nos lembra de uma época em que nossa maior preocupação era não perder os desenhos.
A coleção veio completa com bonés, moletons, jaquetas e camisas. Cada peça parecendo um convite para reviver aqueles momentos despreocupados. E, como se isso não fosse o bastante, os unboxings são de fazer qualquer fã babar. Ver a moda brasileira abraçando nossas memórias de infância e transformando-as em estilo é algo que nos enche de orgulho.
Em uma indústria tão dinâmica, é revigorante ver o Brasil dando espaço para a nostalgia e a identidade cultural. Porque, no final das contas, moda não é só tendência; é contar histórias, provocar sorrisos e nos lembrar de onde viemos. E, quem sabe, de onde ainda queremos ir. Afinal, como dizem, algumas lembranças nunca saem de moda.