Como sugestão que sempre me pedem: ouça enquanto lê.
Tudo começou como uma brincadeira. Uma aposta boba, dessas que a gente faz rindo, sem pensar muito nas consequências.
“Eu não sou tão fácil de me apaixonar”, você disse, com aquele tom convencido. Eu, claro, hesitei. Já ouvi isso tantas vezes. Fácil demais.
“Aposta?”, provoquei.
E, sem nem pensar, você sorriu. “Apostado.”
Mas, veja bem, você era o jogador. E eu? Apenas alguém que entrou na partida para te fazer provar do próprio veneno.
O problema? Você subestimou sua adversária.
Os dias passaram, as mensagens ficaram mais longas, as provocações mais sutis. Começamos a responder mais rápido. Um áudio no meio do dia.
“Só pra te contar uma coisa rápida.”
Eu finjo que não me importo com algumas coisas. Você fala coisas que quero ouvir. Mas no fundo, sabemos: alguém precisa cair.
Então, um motivo. Distância, tempo, trabalho. Oportunidade perfeita para encerrar o jogo. Mas, curiosamente, ele ficou ainda mais interessante.
As madrugadas viraram campo de batalha. O “bom dia” virou desculpa para prolongar a conversa.
Me lembrei de uma cena do filme Como Perder um Homem em 10 Dias. No início, os protagonistas também estavam jogando. Andie, uma jornalista, fazia de tudo para afastar Benjamin, enquanto ele tentava conquistá-la para vencer sua própria aposta. Mas então, algo mudou. No jantar na casa da família dele, Benjamin começou a parecer confortável demais, envolvido demais. Foi ali que Andie percebeu que talvez o jogo estivesse saindo do controle.
Se eu perguntasse agora: “O que foi? Você gosta de mim?”, será que você riria como Benjamin e responderia: “Se eu gosto de você? Eu estou enlouquecendo!”?
Bom, hoje é Dia de San Valentín e eu poderia te dar um presente, mandar uma mensagem cheia de saudade ou até admitir alguma coisa. Mas onde estaria a graça nisso?
Prefiro só deixar essa provocação no ar:
E aí, jogador… já sabe quem está ganhando?