Ontem, terça feira (4) no Paris Fashion Week, Maria Grazia Chiuri levou todos a uma viagem no tempo e no estilo, com uma coleção que é, de fato, um verdadeiro desfile de imaginação e reinvenção. Inspirada pelo romance Orlando de Virginia Woolf, Chiuri não apenas trouxe o passado para o presente, mas o transformou em algo surpreendentemente usável. Imagine um cenário onde o masculino e o feminino se encontram de uma maneira completamente nova, onde a história da moda se mistura com as necessidades do cotidiano.
Ao contrário do que você poderia esperar, não estamos falando de peças datadas ou retrôs: estamos falando de roupas que parecem viajar no tempo, mas que poderiam ser vistas nas ruas amanhã. Da jaqueta masculina quase antiquada, com cortes expostos e a ousada blusa preta com babados, até os casacos de veludo preto e as camisas de foulard, tudo na passarela foi desenhado para que você quisesse vestir no dia a dia.
E então, como se o universo de Orlando não fosse o suficiente para dar aquele toque de fantasia, Chiuri mergulhou nas camadas mais profundas da história da moda, dando uma nova vida ao espartilho – mas não de qualquer jeito. Imagine partes de espartilhos que podem ser facilmente encaixados em jaquetas e parkas, apertando a cintura ou deixando-a livre. A beleza dessa coleção foi, sem dúvida, essa mistura de sensações: do antigo ao moderno, do rigor ao relaxamento.
Agora, é claro, houve toques de Dior ali: as bolsas de John Galliano, que continuam desejáveis como nunca, e aquele charme grunge nas T-shirts J’Adore Dior. Mas o que realmente chamou a atenção foi a maneira como Chiuri conseguiu transformar roupas de chuva e parkas em verdadeiros itens de luxo, usando tecidos com impressões antigas e uma sensibilidade totalmente nova para o utilitário.
Mas a verdadeira mágica? A evolução tecnológica dos tecidos e malhas, que tornaram cada peça leve, confortável e, ainda assim, luxuosa. Não é mais sobre o que parece, mas sobre o que você sente quando veste.
Então, sim, Maria Grazia Chiuri pode ter se afastado das regras da casa Dior, mas foi exatamente isso que fez sua coleção um dos maiores sucessos dessa temporada. Porque, no final das contas, a moda é sobre quebrar as barreiras, e Chiuri fez isso de maneira magistral. O futuro da Dior, afinal, é sobre o que podemos usar hoje, misturado com as inspirações de ontem, transformando tudo em algo incrivelmente desejável e moderno.