Peço licença a você, caro leitor, para que este texto seja um dos mais íntimos que já escrevi aqui. Em um mundo onde mulheres disputam com mulheres atenção, afeto, trabalho, encontrei algo raro: mulheres que se apoiam. Que se cuidam mesmo à distância. Que vibram com as nossas vitórias como se fossem delas.
Sempre me perguntei: em um cenário onde tantas de nós foram ensinadas a competir, como se o sucesso de uma significasse a derrota da outra, ainda há espaço para a verdadeira irmandade?
A resposta veio em pequenas doses de afeto inesperado. Em mensagens no meio do dia dizendo “lembrei de você”. Em elogios sinceros, sem segundas intenções. Em mulheres que não se assustam com a grandiosidade umas das outras, mas sim a celebram.
Talvez o verdadeiro luxo não esteja nas bolsas de grife ou nas reservas para dois no restaurante mais concorrido da cidade. Talvez ele esteja na liberdade de ser quem somos, cercadas por mulheres que não nos enxergam como rivais, mas como espelhos que refletem o nosso brilho de volta.
E se, ao invés de concorrentes, fôssemos todas parte de um mesmo clube? Um clube onde o sucesso é coletivo e onde não precisamos gritar para sermos ouvidas, porque há sempre alguém disposta a nos escutar.
Comecei a perceber que, quando nos despimos dessa necessidade de rivalidade, algo mágico acontece: crescemos juntas. E não falo apenas de conquistas profissionais ou dos pequenos triunfos do dia a dia, mas de um crescimento que vem da alma.
Já reparou como a energia muda quando você está cercada de mulheres que realmente torcem por você? De repente, o mundo parece menos ameaçador, os desafios menos impossíveis, e até os sonhos que pareciam distantes começam a parecer palpáveis.
Talvez seja porque, no fundo, todas nós carregamos as mesmas inseguranças, os mesmos medos e a mesma vontade de ser vistas e amadas pelo que somos. E quando encontramos outras mulheres que entendem isso, que nos enxergam sem filtros e sem competitividade, há uma sensação de pertencimento que dinheiro nenhum pode comprar.
Por muito tempo, nos disseram que não havia espaço para todas. Que só uma podia brilhar. Mas eu me recuso a acreditar nisso. Porque, quando mulheres apoiam mulheres, não há um único holofote. Há um céu inteiro de estrelas, e todas brilham ao mesmo tempo.
E se isso não for poder, então eu realmente não sei o que é.
Peço licença para dedicar este texto e expressar minha gratidão a vocês, mulheres, que, mesmo à distância, torcem, vibram e se apoiam.
Isadora, Thaís, Lorena, Flávia, Ananda, Mila, Marília, Nayara, Livia, Stef, Anna M, Thaís Rodrigues, Nathalia, Fran, Yasmin, Eli, Taya, Tati, Laura, Erika, Aliny e tantas outras, muito obrigada. Eu amo cada uma de vocês e sou eternamente grata pela existência de todas.